Para saber o porquê de tanto burburinho em torno da Consumer Electronics Show (CES), é só se ligar na verdadeira revolução que bem rapidamente vem tomando de conta do mundo da informática e do entretenimento: a tecnologia 3D parece estar finalmente desembarcando em nossa sala de estar com direito a games, programas de TV e filmes explorando a novidade como uma mina de ouro da era multimídia e os tablets vem abocanhando o mercado de portáteis com uma voracidade que, segundo especialistas e visionários, vai terminar por reduzir a quase nada o nicho dos netbooks.Mas não é só para aparelhos novos que a CES é feita, lógico. Nossos desktops e laptops, por exemplo, ganham novos componentes – mais inteligentes e produtivos – e acessórios impensáveis há alguns anos. A grande aposta da vez aqui são os processadores Sandy Bridge. Para os muitos usuários dos Core Duo ou Core Quad que já acham seus computadores eficientes, a evolução de tecnologia significa uma melhoria absurda em reprodução de vídeo em alta definição. Ou seja: aqueles jogos pesadíssimos vão rodar “mansinho, mansinho” na sua máquina e nada mais de passar horas renderizando aquele vídeo que você acabou de editar pra jogar no YouTube, certo? Ah, e esse “iate de luxo” da era digital ainda tem um consumo de energia super inteligente e exige bem menos do sistema.
Cansou de notícia boa sobre o Sandy Bridge? Pois tem mais: os primeiros processadores com essa tecnologia, que devem ter os seus computadores com testes publicados muito em breve, são voltados para o consumidor doméstico. Não é nada feito somente para aquelas máquinas tops de linha que pouquíssimos têm dinheiro pra comprar. Mas lembre-se: estamos falando de processamento, não de design. No geral, para os notebooks, os fabricantes estão se preparando para embutir a tecnologia em máquinas visualmente parecidas com as que já estão nas lojas. Na categoria de computadores pessoais, só os PCs é que vão “levar uma garibada” das montadoras. Vêm aí novos desktops All In One ainda mais poderosos graças à esse reforço da Intel.
A tecnologia Sandy Bridge, na verdade, vem de uma evolução e alguns de seus chips predecessores já são tão avançados que foram usadas como turbinas na nova geração de tablets que vai invadir o mercado este ano com um propósito muito claro: ganhar espaço num local que a Apple (com o famomosíssimo e desejado iPad) se firmou como dominante. E para essa tarefa vale tudo: câmera frontal pra vídeo-conferência, entradas USB, tamanhos variados e até o uso do processamento com núcleo duplo. O que não vale mesmo é usar o Windows 7 como sistema operacional, como tentaram fazer com alguns tablets (ou híbridos de tablets e notebooks) na CES do ano passado. Dessa vez eles vem com a nova versão do sistema Android, da Google, o HoneyComb – feito especialmente para este tipo de aparelho, ao contrário das versões anteriores que eram pensadas para smartphones.
Aliás, vale lembrar que, pelas tendências apresentadas na feira, este é o ano dos tablets. São mais de 100 modelos das mais diversas cores, marcas, tamanhos e capacidade de armazenamento. Será que o Steve Jobs aguenta essa guerra? Vamos esperar até o tititi sobre o iPad2 (que provavelmente virá com algumas das inovações apresentadas no evento) para saber.
Porém, nem só de computação pessoal vive o mundo dos bites, certo? A CES de 2011 mergulha mais fundo num dos principais temas da feira no ano passado: a tecnologia 3D doméstica. Nos estandes da Sony, Panasonic, LG e Sharp, entre outras, há grandes áreas dedicadas exclusivamente a elas. Todos nos mais incríveis formatos e cores.
Para ajudar no probleminha da falta de conteúdo, várias marcas estão tentando popularizar sua produção. As câmeras digitais que fotografam e gravam em 3D, por exemplo, no momento são as mais caras e sofisticadas. Certo? Pois isso vai mudar. E não só as máquinas fotográficas como as filmadoras domésticas e de mão que produzem material em três dimensões vão inundar o mercado neste ano.
E elas vêm preparadas para bater de frente com seus principais concorrentes: os smartphones. Afinal, para quê eu quero uma câmera se meu celular fotografa, certo? Por isso, as marcas de eletrônicos aproximam as câmeras dos celulares e vão oferecer novos modelos com integração com wi-fi, redes sociais e telefonia. Dá para fazer foto no meio da festa e enviar direto pro Facebook. Não é o máximo? Além disso, com o advento das telas sensíveis ao toque, com certeza veremos fabricantes oferecendo lojas de aplicativos para suas câmeras, com softwares especializados em edição e correção de imagens. Ou seja, além de enviar direto da câmera para o twitter, ainda dá para a foto ir com aqueles retoques básicos, indispensáveis para alguns.
Também merece destaque o modelo apresentado por Lady Gaga, que usou um óculos-câmera que além de proteger seus olhos do sol podem tirar fotos e fazer vídeos, enviando-os direto pra um pen-drive localizado em sua haste.
E os smartphones não vão deixar baratos: mais modelos compatíveis com a novíssima geração 4D chegam ao mercado com o novo modelo de Android 2.3 que suporta duas câmeras. A videoconferência, definitivamente, veio para ficar. E mais: giroscópios especiais para jogos que utilizam o movimento do celular como controle pretendem fazer dos smartphones os melhores aparelhos de entretenimento portáteis.
Por último, convém lembrar as novidades em matéria de armazenamento de dados: pendrives com a nova tecnologia USB 3.0 são apresentados e você já pode esperar cartões de memória SSD cada vez menores, como o SSD 301, da Intel, que pesa 80G e ocupa um espaço 1/8 menor que seu predecessor, o SSD X25.
Muita vanguarda de uma só vez, não? Provavelmente você deve estar pensando que tudo isso é coisa que vai entrar na sua vida daqui a alguns anos, certo? Nem tanto. Se considerarmos que algumas tecnologias apresentadas na CES do ano passado já são relativamente comuns e podem ser encontradas em qualquer loja de Fortaleza (como as TVs 3D Bravia, da Sony, ou as telas LED eco-friendly, da Phillips), é muito provável que, no ano que vem, algumas das pessoas que estão lendo este artigo vão experimentar saber as novidades da CES 2012 na tela de um tablet enquanto o filho joga um game de PS3 totalmente produzido em 3D. Pode esperar.
O que não dá pra esperar mesmo é que cheguem logo ao mercado algumas belezuras da tecnologia que estão só começando a surgir como o “cinema pessoal” lançado pela Sony. Um aparelho que parece um desses capacetes futuristas que reproduz diante dos olhos uma tela que aparenta as dimensões de uma tela de cinema e joga nos ouvidos um som de igual qualidade. É uma das maravilhas que a Consumer Eletronics Show é a pioneira a exibir.
Para essa e para outras novidades que estão surgindo, fica nossa ansiedade e esperança que o evento, no próximo ano, traga uma evolução ainda maior. Afinal, quem não quer ver a tela do cinema deitado na cama de casa? Quem não quer tornar o entretenimento ainda mais cheio de detalhes, sem carregas os óculos pesados da 3D atual? Quem não quer carregar a Internet inteira, cada vez mais compacta, dentro da bolsa (ou do bolso)?
Editor:Ezequiel Alves
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